terça-feira, 8 de junho de 2010
Crise...
04/06/2010 | N° 11956
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Curtas e breves
Primeiro foi na Grécia
Em troca de um papagaio generoso, a ser obtido junto à União Europeia e ao FMI, Giorgios Papandreou se dispôs a adotar um plano de austeridade fiscal para enfrentar os problemas de caixa de seu governo – e a crise da economia que, nesses dias, têm acometido a Grécia. No último dia 20 de maio, porém, o povo saiu às ruas. Pela quarta vez, desde fevereiro. A jornada de protestos foi chamada pela Confederação Geral dos Trabalhadores e pela Federação da Função Pública. Para dizer que não foi o povo que causou o problema.
Depois, em Portugal
Também em Lisboa o povo protestou. Contra as medidas antitrabalhistas do Programa de Estabilidade e Crescimento. Com elas, o governo pretendia encarar a crise da economia que, nesses dias, têm acometido Portugal. No último domingo, numa das maiores manifestações dos últimos anos, chamada pela principal central sindical do país (CGTP), mais de 300 mil saíram às ruas. Para dizer que não deve ser penalizado quem não causou o problema.
E “ao Sul da fronteira”?
Em nosso continente o povo também está vivo. Todavia, de um lado, a mídia (sobretudo, o jornalismo televisivo) não confere tanta atenção a manifestações populares (em comparação, por exemplo, com o tema da segurança). As passeatas dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo, em greve, em março passado, perderam feio para as macabras notícias de homicídios na capital paulista naqueles dias. E, de outro lado, o povo tem podido escolher livremente seus governantes. E conduzido ao poder lideranças populares, identificadas mais com as necessidades das maiorias que com os interesses das elites. Aliás, este parece ser o tema da última película de Oliver Stone, South of the Border.
E em Pindorama?
Também por esses cantos do mundo o povo está vivo. E também vai às ruas para defender sua dignidade. Nos próximos dias procurarão distraí-lo com a Jabulani. E depois com alguma outra futilidade. Mas, a primavera vai chegar.
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