domingo, 16 de outubro de 2011

Candidato da Ação Popular Socialista em Blumenau 2008 no Partido Socialismo e Liberdade e só!?

Dari Diehl fala de suas propostas para Blumenau

Candidato do PSOL foi entrevistado da série publicada pelo Jornal de Santa Catarina

O candidato a prefeito de Blumenau pelo PSOL, Dari Diehl, aproveitou a condição de servidor público municipal para falar sobre temas com os quais convive diariamente. Assistência social, saúde e combate aos cargos comissionados dominaram a entrevista, concedida ao Jornal de Santa Catarina no dia 20 de agosto. Dari falou à repórter Giovana Pietrzacka, aos colunistas Fabrício Cardoso, Cao Hering, Clóvis Reis, Francisco Fresard, Valther Ostermann e Maicon Tenfen e ao editor de Política Evandro de Assis

Dari falou sobre a troca de partido - era do PSTU - e de sua adoração pela ex-senadora Heloísa Helena (PSOL). Com semblante tenso no início, aos poucos o candidato se descontraiu, explicou sua orientação política, criticou o governo Lula e elogiou Hugo Chávez. Ao ser informado que o tempo havia acabado, já completamente à vontade, lamentou:

— Pena que o tempo é curto, né?.

Evandro — Uma pesquisa do Instituto Mapa, encomendada pelo Jornal de Santa Catarina, mostrou que a saúde é a grande preocupação do eleitorado. O que o senhor pretende fazer para acabar com a rotatividade dos médicos nos postos de saúde?

Dari — Eu, como funcionário público, acompanho isso aí. Até porque eu trabalho na assistência social e a gente acaba utilizando também o serviço de saúde para fazer os nossos encaminhamentos. A gente percebe que, realmente, a dificuldade é grande. Então eu me coloco no lugar do cidadão comum que não sabe exatamente aonde ir, onde acessar os serviços de saúde... deve ser muito difícil. Nós podemos falar e resolver a questão imediata, mas nós também temos que pensar em fazer com que as pessoas não fiquem mais doentes. Como é que se faz isso? Investindo em prevenção. A falta de médicos nos postos de saúde eu considero uma desorganização do poder público porque nós sabemos quantos médicos temos e que, em determinada época do ano, este ou aquele médico tem direito de pegar férias.

Valther — Daí não é substituído?

Dari — Não é substituído porque a prefeitura não tem aquele médico coringa. Ela deveria ter.

Valther — Então ela tem 11 meses de médico, na prática.

Dari — Exatamente. E aí que eu digo: falta de planejamento, de organizar essa questão. Só começam a tomar uma providência quando o problema já está ali, batendo na porta.

Francisco — Dari, aproveitando que tu és da assistência social, a questão dos andarilhos. Qual o tratamento que o seu governo daria a esse tipo de situação? Abrigo é o caminho, mandar para casa de volta... qual é a sua opinião?

Dari — Pois é, eu atendo migrantes, pessoas que vêm de fora. Em épocas de eleição acaba vindo muita gente, né? A gente percebe que tem muita cara nova. Parece que o período eleitoral atrai esse pessoal.

Clóvis — Atrai por quê?

Dari — Eu não sei te dizer. Talvez seja uma mão-de-obra barata para fazer campanha. Um grande problema é que aqui em Blumenau ainda existe aquela velha idéia do assistencialismo, o que eu chamo de política compensatória: você dá as coisas, mas não exige nada em troca.

Valther — Daí acomoda o cidadão...

Dari — Exatamente. Por exemplo: você vai ter que assumir o compromisso de fazer um tratamento para desintoxicação... porque 100% dos andarilhos são dependentes de drogas lícitas ou ilícitas. Ou as duas. A gente encaminha eles para o abrigo e eles vão ficando lá... não têm uma atividade para que possam se ocupar. Ficam lá um mês, dois meses, três meses... eles até não bebem quando eles estão lá porque existem regras. Mas acaba o prazo deles, porque não dá pra ficar com eles pra sempre. E aí, o que que acontece? Ele volta pra rua, volta para a situação anterior dele. Tem que haver um planejamento para que seja encaminhado para um tratamento. Porque é muito dinheiro que se gasta.

Valther — O cara fica profissional.

Dari — Sim, há pessoas que, em oito anos, nós fizemos mais de 300 atendimentos. Então é muita coisa, muito recurso que se gasta. Mas não é só com andarilho. Entra também a questão de saúde. Temos, no nosso plano de governo, uma política municipal voltada ao dependente químico. A gente tem um problema: não consegue vagas pra tratamento. Isso, na assistência social, é direto. Dizemos que é necessário fazer tratamento, que é um direito, mas a gente acaba não oferecendo esse tipo de serviço.

Maicon — Candidato, eu pedi a alguns amigos, alguns leitores, o que eles perguntariam aos candidatos a prefeito de Blumenau. Quase todas as pessoas falaram da questão do trânsito. Como fazer para resolver esse problema grave?

Dari — Eu estive vendo os números... é o rápido crescimento da nossa cidade. Em 1970, nós tínhamos 100 mil habitantes. Hoje, Blumenau vai fechar o ano com 300 mil habitantes. Nós triplicamos. Aí, pela questão geográfica de Blumenau e pela falta de planejamento, nós chegamos na situação que estamos hoje. Porque em Blumenau existe uma cultura de que: "ah, vou sair com o meu carro". Não usa o transporte coletivo, como devia ser, por diversos fatores. Eu utilizo o transporte coletivo, sem problema nenhum. Mós temos que dar o exemplo, né?

Clóvis — Na campanha estás usando também?

Dari — Também uso. Não adianta eu dizer para o cidadão: "olha, tem que usar o transporte coletivo para reduzir o número de veículos", mas eu, como político, não uso.

Giovana — Então esta seria a solução para o trânsito.

Dari — Fica uma sugestão: peguem ônubis no horário de pico, no verão, aquele sol escaldante, quase 40 graus. É uma coisa terrível. A maioria não tem nem sequer ar-condicionado, que já auxilia bastante. Um dos motivos que as pessoas não utilizam é a qualidade do transporte coletivo. Temos que exigir das empresas que fazem o transporte coletivo que elas coloquem qualidade nesse transporte. A questão do trânsito: nós podemos abrir novas vias de acesso, mas a cada mês entram mil novos veículos no transito. Nós podemos abrir a Ponte do Badenfurt, o acesso Garcia-Velha, mas daqui a quatro, cinco anos, o problema vai ser igual ou até pior. Nós temos que começar a planejar um transporte coletivo alternativo. Aí alguns acham que a gente é maluco falando em metrô, em trem em Blumenau. Mas nós temos que pensar nisso agora, não adianta começarmos a falar nisso daqui a 15 anos quando a questão já é insolúvel.

Clóvis — Dari, com a chegada do PT ao poder no Brasil e essa tendência da esquerda mais ao centro, uma candidatura como a tua é uma candidatura retórica, para a cidade discutir outras questões, ou é uma candidatura com viabilidade eleitoral?

Dari — Não, não é retórica. São candidaturas que que apresentam uma viabilidade eleitoral. Os outros partidos estão muito próximos né. Então existem certas coisas que você nem consegue fazer uma distinção entre um e outro. As linhas gerais, as diretrizes, eles deixaram de lado. Eu não considero mais o PT como sendo partido de esquerda. Está bem próximo da direita. Existem alguns traços de discurso de esquerda, mas práticas, não existem mais.

Maicon — As políticas sociais do governo Lula não se aproximam do ideário de esquerda?

Dari — Há uma distorção. A esquerda jamais defende essa política assistencialista do governo Lula. Vamos dar um exemplo: o cidadão tá com câncer, precisa fazer quimioterapia para curar. Aí o Estado chega e diz: nós não temos como te dar quimioterapia... serve uma cesta básica? Tu vais morrer, mas pelo menos não morre de fome (risos). É por isso que eu chamo de política compensatória, não consegue resolver o problema, mas aí compensa.

Clóvis — Dari, tua saída do PSTU e ida para o P-Sol... parece que estás mais light. É o Dari paz e amor? (risos)

Dari — Não, não é o Dari paz e amor. É o Dari que cresceu e amadureceu, né? Acho que triste do ser humano que estaciona e não cresce. Eu considero que consegui evoluir e pretendo evoluir muito mais.

Clóvis — O que mudou na tua cabeça, o que tu não dirias de novo?

Dari — Eu estou dizendo todas as coisas que eu disse em 2004, mas de uma maneira diferente, menos agressiva. Acho que a maneira como você diz pras pessoas as coisas faz com que elas estejam abertas ou se fechem para te ouvir. Eu posso dizer alguma coisa pra Giovana, por exemplo, de uma forma agressiva, a Giovana vai virar as costas e vai me odiar para o resto da vida. Agora, eu posso chegar e falar numa boa, a Giovana vai me ouvir, e, de repente, até vai concordar comigo lá na frente. Mas eu não posso cair no senso comum para conseguir voto, deixar de falar a verdade. Os princípios, a gente não deve abrir mão. Muitos dos políticos que eram contra privatização, hoje são a favor. Falavam mal do FMI, hoje elogiam. Diziam que os usineiros eram bandidos, hoje o usineiro é herói.

Valther — Dentro dessa linha, a sua definição de esquerda, qual é? Qual sua visão exata e histórica de esquerda? Essa coisa de esquerda e do Stalin, esse rolo, essa geléia...

Dari — É, o grande problema é que as pessoas confundem stalinismo com socialismo. O stalinismo foi uma coisa terrível, um genocídio. Nós dizemos o seguinte: a democracia que está aí não é uma democracia para todos, é dirigida para alguns setores da sociedade. As pessoas acabam sendo julgadas pelo que têm e não pelo que elas são.

Valther — Tipo algema pra pobre, não pra rico.

Dari — Exatamente. Nós achamos importante a democracia, mas a democracia onde, cometeu crime, todos devem pagar da mesma forma. Eu entendo como esquerda aquilo que faz com que o poder público tenha políticas voltadas para as pessoas mais necessitadas, as que mais sofrem no sistema capitalista.

Evandro — Uma coisa me chama a atenção no teu discurso: ao mesmo tempo em que critica os grandes empresários, defendes o apoio às microempresas. Mas, se tu ajudas uma microempresa, ela cresce e pode virar grande. Aí ela não vai mais precisar de ajuda? Ela deve ser combatida?

Dari — Não, nenhuma empresa deve ser combatida. O grande empresário já consegue andar com as próprias pernas. Agora, o pequeno e microempresário, as dificuldades deles são "n" vezes maiores do que o grande empresário. Mas o grande empresário acaba conseguindo as benesses do poder público. O pequeno, por não ter esse poder econômico, acaba não conseguindo.

Evandro — Incentivo fiscal, por exemplo.

Dari — Isso a gente vê aqui em Blumenau, tá muito evidente. As grandes empresas ganhando incentivos fiscais e as pequenas...

Clóvis — Quais são as pessoas que tu admiras na vida pública, fora a Heloísa Helena? (risos)

Dari — Heloísa Helena, claro. É uma figuraça, uma pessoa encantadora. Tinha toda a oportunidade de continuar no governo, poderia ter até um ministério, estar usufruindo as benesses do poder, mas resolveu abrir mão disso. O projeto dela é mais amplo... outra pessoa que admiro... alguns agora vão começar me execrar (risos). Com ressalvas, eu admiro o Hugo Chávez (presidente da Venezuela). Pela coragem de enfrentar...

Valther — Considere-se execrado (risos)

Dari — Mas ele fica na questão do discurso, né? Cão que late mas não morde. Mas pelo menos ele conseguiu se destacar na América Latina com esse discurso.

Valther — Mudando de assunto, o senhor eliminaria os cargos comissionados?

Dari — Como funcionário público, eu posso falar disso sem medo estar falando besteira. Cargo comissionado cai lá de pára-quedas, não sabe o serviço, não entende nada de serviço público. Mas ele vai mandar no profissional que está ali, que sabe como é que o serviço deve ser feito. Então, o cargo comissionado precisa existir mas não nessa quantidade dessas coligações gigantescas.

Clóvis — Além de colunistas do Santa, o Maicon e eu somos professores da Furb. Qual sua posição a respeito do projeto de federalização da Furb?

Dari — Eu sou a favor. Seria uma acinte a pessoa se colocar contra. Porque é uma bandeira muita. Não é uma meia dúzia de pessoas que luta pela federalização. É muito amplo esse movimento. Quando a Furb surgiu em Blumenau, há 44 anos, a promessa era de que ela seria uma universidade voltada aos filhos dos trabalhadores. Então, somos 100% a favor da federalização da Furb.

Maicon — Gostaria de saber sobre o teu plano para educação e cultura. E um livro que você recomendaria, de qualquer assunto.

Dari — Nós defendemos a escola em tempo integral, a escola tradicional já não consegue mais atender a demanda, até pela própria evolução da ciência, da tecnologia. O jovem ocioso acaba sendo presa fácil da marginalidade. E nós defendemos a escola em tempo integral, implantada de forma gradativa, uma concepção moderna de escola. Em um meio período se manteria a escola nos moldes tradicionais e o outro período seria voltado mais pra questão de ética, relacionamento interpessoal... esporte, educação sexual, a questão alimentar...

Valther — O hino nacional também ?

Dari — Exato, (risos) essas coisas não temos mais hoje em dia.

Giovana — E quanto ao livro?

Clóvis — O Capital (de Karl Marx)!

Dari — Ah, não li O Capital.

Maicon — É difícil alguém da esquerda ler esse livro... e da direita também.

Dari — Meu Deus, eu li um livro de poemas, eu tenho que lembrar o nome, que eu gostei muito. Eu comprei lá em Brasília... meu Deus, como é o nome dele!

Valther — Autor nacional?

Dari — É um aqui de Timbó...

Maicon — Lindolf Bell.

Dari — Lindolf Bell! É uma coletânea de poemas. Achei fantástica, tá guardada lá em casa.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Qual o método de uma religião cientifica¿

    Outras perguntas também podem ser respondidas além de qual o método de uma religião cientifica¿ Como essa cosmologia pode ser aplicada no século XXI?

    Neste sentido a reflexão de Prof. MsC. Sylvio Fausto Gil Filho a revisão da religião, como fenômeno que a luz do processo histórico empreendeu o desenvolvimento e superação do homem no plano de suas concepções diante da vida e na organização das sociedades, torna-se perfeitamente justificável.

    O que parece-nos razoável diante dos trabalhos sobre o assunto, está sob o prisma de interpretação da realidade religiosa, que em várias épocas e em vários ambientes culturais os diversos pesquisadores do tema anunciaram relações ou mesmo admitiram possíveis conexões entre as diversas religiões reveladas ao mundo.

    Não se trata aqui de escrever mais um ensaio de religiões comparadas tentando na medida do possível buscar no método empregado a objetividade e a neutralidade. Desejamos sim, desenvolver as relações entre as religiões sob a base da revelação de Bahá’u’lláh.

    O que diagnosticamos no cerne das sociedades humanas é a presença da religião com fenômeno de caráter totalizante.

    A opção pôr uma fenomenologia da Religião explica-se pela adaptabilidade do método na não construção de uma argumentação hierarquizante entre os diversos fenômenos possibilitando a busca profunda das realidades.

    A Fenomenologia da Religião emprega base teórico-metodológica de HUSSERL (1859-1938), filósofo alemão. Ele afirma que os fenômenos devem ser apreendidos na medida em que são vivenciados pela consciência intuitiva.

    A metodologia neste caso não baseia-se exclusivamente no empirismo mas buscaria as essências das quais os fenômenos não seriam apenas meras aparências e sim eles próprios em sua totalidade. Ou seja, a fenomenologia preocupa-se com o ser enquanto ser a revelia ao modo pelo qual se manifesta, buscando assim as essências absolutas de tudo o que existe.

    Este fenômeno porém, não pode ser compreendido na escala pura e simples das ciências humanas, embora a utilização de suas concepções sejam significativas. Seria oportuno admitir que toda e qualquer análise que façamos do fenômeno religioso só será devidamente abrangente se também o considerarmos sob os seus próprios padrões de análise. Ou seja, estudar a Religião pôr ela mesma.

    Como comenta ELIADE (1970):

    ...um fenômeno religioso somente se revelará como tal com a condição de ser apreendido dentro da sua própria realidade, isto é, de ser estudado à escala religiosa. Querer delimitar este fenômeno pela fisiologia, pela psicologia, pela sociologia e pela ciência econômica, pela lingüística e pela arte, etc... é traí-lo, é deixar escapar precisamente aquilo que nele existe de único e irredutível, ou seja, o seu caráter sagrado. (Trat. Hist. Rel. p. 17)

    O conhecimento do fenômeno da religião torna-se inteligível na medida em que o analisamos no plano do sagrado.

    Contudo, o problema da análise não é apenas de escala, mas também os ditames da ciência e do método.

    Acreditamos que uma visão holística do conhecimento seja necessária a fim de não corrermos o risco do reducionismo.

    Ao propormos a totalidade do fenômeno religioso tentamos demonstrar a

    necessidade de rompermos as barreiras da compartimentação da ciência de raízes positivistas.

    Quando procuramos uma teoria do fenômeno religioso baseada nos enunciados bahá’ís, nos deparamos com a formação e o conceito de ciência corrente de base materialista. Porque não admite nada além do concreto e objetivo e acredita na neutralidade do método como verdade absoluta.

    A crença dos bahá’ís na unidade orgânica da humanidade e no poder catalisador da Fé, não é compatível à produção do conhecimento baseado estritamente nos parâmetros positivistas.

    De fato não existe verdades absolutas abarcadas pela égide científica.

    A unidade entre ciência e religião se faz necessário. Todavia, o que queremos dizer com esta interação? De nenhum modo podemos condicionar a religião aos limites da ciência ou mesmo aceitar integralmente a objetividade exclusiva pôr parte da ciência.

    Lembrando uma conferência de ARBAB (1986):

    Uma das pretensões do mundo intelectual em qualquer campo é a de que eles são objetivos. Asseveram os pensadores que unicamente a ciência é objetiva e que encontra a verdade pôr meio de métodos científicos. A religião, porém, é considerada como assunto subjetivo. Esta pretensão gravada na mente da maioria dos intelectuais é cem pôr cento falsa. (Anais 1ª Conf. AEBB p.08).

    A tese da objetividade têm como base no método científico ao qual se atribui a supremacia e a unidade da ciência.

    No entanto, não existe apenas um método, mas vários métodos de análise cada qual utilizado de acordo com o caráter da pesquisa que se realiza e às necessidades do cientista.

    Por existir vários conceitos para o método, podemos considerar que ele é o meio pelo qual há contato entre a realidade e a teoria científica, ou seja, através dele sistematizamos o conhecimento e fazemos ciência.

    Para melhor fundamentar nossa elucidação tomemos como exemplo os método dedutivo e indutivo. Tanto o primeiro como o segundo suscitam questões e conclusões do particular para o geral e vice-versa.

    Segundo LAKATOS & MARCONI (1989): “... se nos dedutivos, premissas verdadeiras nos levam a conclusões verdadeiras, nos indutivos, conduzem apenas a conclusões prováveis”.

    O método é limitado tanto como meio de adequar-se à análise de uma realidade, como também pode estar divorciado de qualquer fundamento real. Pois se partimos de teses falsas chegaremos à conclusões errôneas. Além disso, todo cientista está inserido em uma cultura e estrutura social, assim toda interpretação que ele faça da realidade será condicionada pela instância cultural-ideológica, pelo sistema político-social ou pela formação ético-religiosa.

    Não podemos atribuir ao método científico convencional uma preeminência que na realidade não possui.

    Segundo GARAUDY (1980):

    "O Positivismo não conseguiu fugir aos problemas. O idealismo não conseguiu resolvê-los. Esses problemas, (...), decorrem do malogro de um duplo dogmatismo: o da religião e do cientificismo. (Perspectivas do Homem p.13)."

    Para concretizar a harmonia entre religião e ciência há necessidade de se romper esse duplo dogmatismo. Se de um lado acreditamos que a Revelação Bahá’í possui os meios de rompimento com o dogmatismo religioso de outro no plano da ciência devemos não perder de vista que a discussão teórica metodológica é vital para fundamentar o argumento perante uma nova interpretação do processo temporo-espacial e o papel da religião como direcionadora deste.

    Segundo ‘ABDU’L-BAHÁ (19__):

    "Las exigências del presente piden nuevos métodos de solución; los problemas del mundo son sin precedente. Las vejas ideas y formas de pensamiento están rápidamente tornándose anticuadas.(Fund de La Unidad Mundial p.141) "

    A aplicação do método científico convencional na Religião não concretizará a interação possível entre ciência e religião. Porque o método científico de origem racionalista cartesiana e recriado sob o racionalismo idealista do positivismo é incapaz de oferecer uma resposta adequada ao fenômeno da religião.

    O Positivismo que de modo avassalador permeia as ciências tende a deificar a ciência, negar o propósito da religião enquanto ,uma verdade revelada reforçando um sentimento de antireligião e um idealismo desvinculado da existência de uma Divindade. Sob todos os aspectos esta ideologia é contrária as verdades inculcadas em qualquer religião histórica revelada.

    Segundo SCIACCA (1968):

    A ciência é entendida por ele como a revelação do ser, o progressivo realizar-se do Infinito, a solução de todos os problemas, a instauradora de uma nova ordem social.

    Em suma, a Ciência não é apenas o único conhecimento humano, mas é a ‘nova religião da humanidade’, que torna supérfluas todas as religiões tradicionais e é a garantia infalível do melhor destino do homem, como indivíduo e como membro da sociedade. A moral a política, a religião, toda a atividade humana é canalizada à ciência, a grande esperança, a soberana possibilidade do homem, o ideal novo não deludente. A nova sociedade técnica industrial tem o seu fundamento e a sua garantia na ciência. O ‘otimismo’ positivista, ingênuo e romântico, instaura o culto religioso da própria ciência e, ao invés de ter dela um conceito crítico, tem-na num mito e numa superstição. (...); para os positivistas tudo é ciência, inclusive a filosofia e a própria religião. (...); ‘cientismo’ abstrato... Inimigo de toda metafísica, o positivismo é também ele uma metafísica, que se lança até a adoração do fato e à deificação da matéria. (Hist. da Filos. M.F.Sciacca p.143 - III 1968 - Ed Mestre Jou SP).

    Fonte:

    GIL FILHO, Sylvio Fausto, O FENÔMENO DA RELIGIÃO E MÉTODO, (Departamento de Geografia/Universidade Federal do Paraná), http://www.bahai.org.br/virtual/artgil1.htm, acesso 06 de outubro de 2011.

domingo, 2 de outubro de 2011

Enchentes: Não tirem a serapilheira, artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos

A Serapilheira. Um colchão de restos vegetais no chão das florestas e bosques florestados. Enriquece e torna o solo mais fofo e permeável. Ela própria absorve grande parte das águas de chuva.
Fonte: SANTOS, Álvaro Rodrigues dos, Enchentes: Não tirem a serapilheira, artigo http://www.ecodebate.com.br/2011/09/14/enchentes-nao-tirem-a-serapilheira-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/#.Tnz1zzcjto4.facebook acesso 2011.