segunda-feira, 2 de maio de 2011

Papas da elite, santos do povo

Em janeiro passado, o Vaticano anunciou que a beatificação de João Paulo II deve acontecer em 1¤ de maio. O atual chefe da Igreja Católica reconheceu-lhe um milagre. Que seja. Mas o papa polonês ficou famoso mesmo pelos serviços que prestou aos poderosos no mundo. Adequado antecessor de Bento 16, cujas posturas se aproximam perigosamente do fascismo. Enquanto isso, santos abençoados pela luta popular ficam esquecidos. É o caso de Dom Romero, assassinado em El Salvador, em 24 de março 1980. O bispo foi morto em plena celebração da missa. Sacrificado por denunciar a ditadura que dominava o país e defender os agricultores famintos. As posturas do salvadorenho eram mal vistas no Vaticano. A começar pelo atual candidato à beatificação. Outro a desagradar a cúpula católica é Dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Xingu, no Mato Grosso. Ele é o responsável pela maior diocese do mundo. Apesar disso, reza suas missas em uma catedral que mais parece uma igreja humilde. Há muitas décadas apóia a luta dos povos da região contra latifundiários. Por isso, sofre constantes ameaças de morte. O Vaticano só lhe tem desprezo. Sobre conversões santificadoras, Casaldáliga tem opiniões bastante claras. Elas estão relatadas em reportagem de Claudia Fanti para a mais recente edição da revista italiana “Adista-Documenti”. Segundo o bispo brasileiro, ninguém deve canonizar Romero porque "lhe fariam uma ofensa". Seria o mesmo que considerar que não serve “a primeira canonização", aquela realizada pelo povo. Que os papas fiquem com seus santos. Sempre prontos a dobrar os joelhos diante dos poderosos. http://pilulas-diarias.blogspot.com/

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