terça-feira, 25 de maio de 2010

Mobilidade sustentável, crise e reurbanização

Colaboração com artigo: Rosani Lidia Finger (geografia rede estadual) A tentativa em melhorar o trânsito da rua João Pessoas poderá ser ampliado de forma a agilizar o fluxo atual em horário de pique. O simples fato de criarem um “fura-fila” não é uma alternativa real e viável a médio e longo prazos. São preciso medidas mais agressivas de mobilidades em horário de pique atualmente prejudicadas, tanto pela falta de transporte coletivo e excesso de veículos individualizados. Essa mesma visão de mundo privada e individualista se observa nas calçadas, nas ruas estreitas ou pouco aproveitadas. Uma das propostas alternativas de agilizar o fluxo do trânsito, mesmo que paliativa, é a de se fazer a terceira via da rua João Pessoas desde a rotatória do Tômio até a mão única da mesma. E alternar de manhã, pois todos se dirigem para o Centro e a tarde se faz o fluxo contrário, conforme horários já conhecidos de pique. Propostas já colocadas em prática atualmente, foram pensadas para segurança, mas não para fluxo e agilidade da mobilidade. Outras necessidades: mais entradas para ônibus, as chamadas “baias”, e passarelas em locais de travessia de pedestre mais intensa. A falta de participação da sociedade civil e controle social fazem com que se decida em gabinetes por políticos que, por muitas vezes, não dominam técnicas necessárias ou autonomia para os técnicos agirem conforme as verdadeiras necessidades da mobilidade da cidade. Com o objetivo de construir uma agenda para a cidade, envolvendo a sociedade civil e Poder Público, desafios da mobilidade em Blumenau, a avaliação dos indicadores técnicos, a relação entre transporte e saúde e as propostas (vinculadas aos orçamentos municipais e estaduais), deve-se criar o Plano Municipal de Mobilidade e Transporte Sustentáveis. A falta de debate e abertura da questão são o que emperram as mudanças necessárias á mobilidade diante da realidade atual do trânsito, cada vez mais caótico. Para um futuro, deverão ser pensadas soluções ousadas, levando em conta a geologia do território, respeitando peculiaridades espaciais, onde as novas vias públicas, observando as altitudes, deverão ser construídas em curvas de níveis e com túneis. Neste debate e nova visão de flexibilização do território, busca-se a garantia de mobilidade espacial, rompendo com histórica ocupação privada do território, onde o espaço público é ocupado pelo privado. Mobilidade em crise e reurbanização insustentável Osni Valfredo Wagner 09 de junho de 2010 A necessidade capitalista em realização do consumismo mesmo que não seja essa a ‘solução’ do sistema, mas. Apenas um produto que gera capital ‘circulação rápida e barato’ pois sua necessidade é gerar capital para reinvestimento. Essa capacidade de inserir as coisas em sua lógica de lucro, a mobilidade urbana está em um estágio de demanda expansiva que é inerente ao uso e consumo de deslocamento intensivo de um ponto fixo para outro. O transporte coletivo precisa de uma nova configuração em qualidade, e quantidade, a baixo custo, essa nova formatação em substituição ao serviço precário, lotações verdadeiros amontoados em situação degradante insalubre a preço caro. Se o mercado necessita de qualificação e barata, mesmo que os de baixo necessitam de salários e por isso precisam trabalhar, automaticamente devemos pensar em ter essa lógica para os trabalhadores do transporte público. A lógica atual é da mercearia que vende lingüiça feita em casa, como ninguém mais produz lingüiça o comerciante vende ao preço que quer. Não é que a carne tenha aumentado de preço, mas sou o único que vende, até tem mais três colegas que fazem o mesmo, como bebemos a mesma cerveja artesanal de comerciantes com a mesma lógica, entre outros que sempre de maneira espontânea vivemos nesse local e sempre deu certo. Então esse negócio de planejar não é bom para os que controlam essa atividade e os arranjos em torno dessa atividade foram regulamentadas, não pensando nos usuários mas sim no lucro monopolistas. Não se está garantindo essa mobilidade por um preço barato, a questão é que o custo ainda é menor aos que tem seus próprios veículos próprios, familiar, micro empresa; do que o consumo da mobilidade pública propriamente dita. Não foi sempre assim essas ruas eram picadas em torno dos ribeirões, as canoas eram as primeiras locomoções, cavalo, carroças, trem e automóvel. Até chegar a essa hegemonia do pós guerra, os anos de 1950 um modelo de combustível fóssil. A aceleração que a máquina a vapor provocou pode-se observar pela quantidade de árvores de madeira nobre que foram extraídas no Vale do Itajaí, recurso natural que fora acumulado em mãos de poucos que utilizaram em beneficio próprio e enriquecimento familiar, privado. Esse patrimonialismo privado dentro do Estatal centraliza o poder e impede o próprio capitalismo em se locomover e se realizar. Que capitalismo que ganha com o modelo de circulação atual¿ Outra questão são as demandas populares de trabalhadores que além de serem explorados em sua força de mão de obra, estão sujeitos a um modelo de circulação classista e com mecanismos de exclusão ao acesso a mobilidade. Pesar espaços fixos com edifícios garagem é mais um produto do capital se realizar, uma coisa é o interesse e ou desejo do capital que visa lucrar com o aluguel desse espaço fixo com finalidade definida se for o caso. Outra é o interesse do governo em manter e ampliar a cobrança de pedágio para estacionar em locais públicos. O interesse dos comerciantes também está em jogo nessa configuração e a que pode vir a ser aplicada nas próximas iniciativas de investimentos na mobilidade urbana na cidade. O corte de árvores na cidade acelera a cada momento histórico, no rural se tem atividade agrícola, com a urbanização, meio a rurubanização se verifica loteamentos em pastagens, desmatamento de florestas em locais com necessidade de altos investimentos comparado ao custo de um apartamento. O que faz com que as pessoas manterem-se nesses locais de risco, mesmo com custos altos, é a identidade com o local, herança de outras gerações. Meio a tradição e costume de morar nestes locais. Quem ganha e quem perdem com as mudanças no fluxo urbano¿ nesse interesse do capital me faz pensar que vai sobrar para o lado mais fraco, quem trabalha e se desloca de casa e precisa de transporte coletivo. Esses últimos é que necessitam de espaço humanizado dificilmente terão por que não dá lucro espaços de mobilidade sustentáveis de fluxo indivíduos que não tem como pagar pelo custo extra da qualidade. O que pode acontecer é que a cidade invista com capital Estatal em locais centrais como em Blumenau para o turismo e de lambuja os habitantes locais recebam uma cidade reorganizada. Essa reterritorialização da Beira Rio para aplicação da “cancha” e fluxo por mais uma via é algo que vem de cima do Ministério da Cidade, Governos: Federal e do Estado onde o município fica com a parte de coordenação, licitando e ou contratando empresa escutadora da obra. Quem se beneficia diretamente são os investidores em atividades terciárias de comércio em geral, em conjuntos de lojas das mais variadas que se pode imaginar. Propiciando aos consumidores em potencial no Vale do Itajaí quase meio milhão de habitantes. Bibliografia: HARVEY, David a PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO, David Harvey, São Paulo: Annblume, 2005. http://www.folhadeblumenau.com.br/site/noticia.php?noticia=9509&url=noticia.php?noticia=9509 Mobilidade sustentável Matéria publicada na edição 388, no dia 21-05-2010

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