segunda-feira, 26 de outubro de 2009

24-Stephanie Dos Santos

Personalismo Visão particular das coisas de um ponto de vista muito pessoal. Sistema filosófico que afirma a integral valorização da pessoa humana em sua totalidade, na transcendência da Natureza e na superação do individualismo atomista. Jesse Jose Freire de Souza Possui graduação em Direito pela Universidade de Brasília (1981), mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1986), doutorado em Sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg, Alemanha (1991) e livre docência em sociologia pela Universität Flensburg, Alemanha (2006). Realizou estágios pós-doutorais na New School for Social research de Nova Iorque, EUA (1994-1995) e, como Professor visitante, na Universität Bremen, Alemanha (1999-2000). Escreveu como autor e organizador 21 livros (em português, inglês e alemão) sobre teoria social, pensamento social brasileiro e estudos teórico/empíricos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo. Atualmente é Professor titular de sociologia da UFJF e coordenador geral do CEPEDES/UFJF (Centro de pesquisa sobre desigualdade social). Neste instituto coordena duas pesquisas:1) uma pesquisa nacional sobre a "ralé" de despossuidos brasileiros, financiada com recursos do PRONEX (FAPEMIG/CNPQ) e cuja finalidade é analisar as causas da reprodução da exclusão social no Brasil a partir de categorias não economicistas, e; 2) outra pesquisa sobre "os batalhadores brasileiros", financiada pelo CGEE a pedido da secretaria de estudos estratégicos sob o comando do ministro Mangabeira Unger. O objetivo desta pesquisa é estudar os brasileiros despossuídos em condições de ascensão social. As duas pesquisas combinadas permitem perceber os pressupostos tanto da reprodução quanto da mudança social das classes e frações de classe populares no Brasil. Essas pesquisas teórico e empíricas em desenvolvimento, acerca da singularidade da desigualdade social nas sociedades periféricas com ênfase nas suas determinações não-econômicas, são passos necessários do projeto de longo prazo de desenvolver uma "teoria social crítica" para a modernidade periférica. A ambição dessa teoria crítica da periferia é oferecer uma alternativa teórica e prática - construída empiricamente - em relação ao paradigma conservador e anacrônico do personalismo/patrimonialismo hoje ainda dominante entre nós. Sérgio Buarque de Holanda Sérgio Buarque de Holanda estudou em diversas escolas de São Paulo. Mudou-se, em 1921, para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1925. Ao longo da década de 1920, atuou como representante do movimento modernista paulista no Rio de Janeiro. Trabalhou então em diferentes órgãos de imprensa e, entre 1929 e 1930, foi correspondente dos Diários Associados em Berlim, onde também freqüentou atividades acadêmicas, como as conferências do historiador Friedrich Meinecke. De volta ao Brasil no começo dos anos 30, continuou a trabalhar como jornalista. Em 1936, obteve o cargo de professor assistente da Universidade do Distrito Federal. Neste mesmo ano, casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teria sete filhos: Sérgio, Álvaro, Maria do Carmo, Ana Maria, Maria Cristina, além dos músicos Miúcha e Chico Buarque. Ainda em 1936, publicou o ensaio Raízes do Brasil, que foi seu primeiro trabalho de grande fôlego e, ainda hoje, é o seu escrito mais conhecido. Reuniu, no volume intitulado Cobra de Vidro, em 1944, uma série de artigos e ensaios que anteriormente publicara nos meios de imprensa. Publicou em 1945 e 1957, respectivamente, Monções e Caminhos e Fronteiras, que consistem em coletâneas de textos sobre a expansão oeste da colonização da América Portuguesa entre os séculos 17 e 18. Em 1946, voltou a residir em São Paulo, para assumir a direção do Museu Paulista, - que ocuparia até 1956 - sucedendo então ao seu antigo professor escolar Afonso Taunay. Em 1948, passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na cátedra de História Econômica do Brasil, em substituição a Roberto Simonsen. Viveu na Itália entre 1953 e 1955, onde esteve a cargo da cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma. Em 1958, assumiu a cadeira de História da Civilização Brasileira, agora na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. O concurso para esta vaga motivou-o a escrever Visão do Paraíso, livro que publicou em 1959, no qual analisa aspectos do imaginário europeu à época da conquista do continente americano. Ainda em 1958, ingressou na Academia Paulista de Letras e recebeu o Prêmio Edgar Cavalheiro, do Instituto Nacional do Livro, por Caminhos e Fronteiras. A partir de 1960, passou a coordenar o projeto da História Geral da Civilização Brasileira, para o qual contribuiu também com uma série de artigos. Em 1962, assumiu a presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros. Entre 1963 e 1967, foi professor convidado em universidades no Chile e nos Estados Unidos da América e participou de missões culturais da Unesco em Costa Rica e Peru. Em 1969, num protesto contra a aposentadoria compulsória de colegas da Universidade de São Paulo pelo então vigente regime militar, decidiu encerrar a sua carreira docente. No contexto da História Geral da Civilização Brasileira, publicou, em 1972, Do Império à República, texto que a princípio fora concebido como um simples artigo para a coletânea, mas que, com o decurso da pesquisa, acabou por ser ampliado num volume independente. Trata-se de um trabalho de história política que aborda a crise do império brasileiro no final do século 19, explicando-a como resultante da corrosão do mecanismo fundamental de sustentação deste regime: o poder pessoal do imperador. Permaneceu intelectualmente ativo até 1982, tendo ainda neste último decênio publicado diversos textos. De 1975 é o volume Vale do Paraíba - Velhas Fazendas e de 1979, a coletânea Tentativas de Mitologia. Nestes últimos anos, trabalhou também na reelaboração do texto de Do Império à República - que não chegou a concluir. Participou, em 1980, da cerimônia de fundação do Partido dos Trabalhadores. Neste mesmo ano, recebeu tanto o Prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores, quanto o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Raimundo Faoro é autor de Os donos do poder, obra que aponta o período colonial brasileiro como a origem da corrupção e burocracia no país, colonizado por Portugal, então um Estado absolutista. De acordo com o autor, toda a estrutura patrimonialista foi trazida para cá. No entanto, enquanto isso foi superado em outros países, acabou sendo mantido no Brasil, tornando-se a estrutura de nossa economia política. Nesta sua concepção de Estado patrimonialista, Faoro coloca a propriedade individual como sendo concedida pelo Estado, caracterizando uma "sobrepropriedade" da coroa sobre seus súditos e também este Estado sendo regido por um soberano e seus funcionários. O autor assim nega a existência de um regime propriamente feudal nas origens do Estado brasileiro. O que caracteriza o regime feudal é a existência da vassalagem intermediando soberano e súditos e não de funcionários do estado, como pretende Faoro. Desenvolvendo seu raciocínio, Faoro conclui que o que se teve no Brasil foi um capitalismo politicamente orientado, conceito este de inspiração weberiana. Negando-se em atribuir um papel hipostasiado à economia com relação à política, Faoro vê em seu país uma forma pré-capitalista. Esta característica pré-capitalista, no entanto, ainda será entendida no interior do pensamento weberiano em que capitalismo é definido como uma aquisição racional de lucros burocraticamente organizada, diferente do capitalismo politicamente orientado em que tal aquisição será direcionada por interesses dos Estado e da sua concorrência com outros estados. Destacando-se da análise da dialética marxista, esta forma de capitalismo não irá inevitavelmente desembocar numa forma de capitalismo mais avançado, mas poderá perpetrar-se na medida em que coexiste com formas racionais de organização da produção. O capitalismo politicamente orientado atribui ao Estado patrimonial e seus funcionários características de um estamento burocrático, ainda que este impeça a consolidação de uma ordem burguesa propriamente dita no país. Roberto da Matta Roberto DaMatta é o quarto autor mais citado em trabalhos acadêmicos em ciências sociais no Brasil, atrás apenas de três pensadores estrangeiros, verdadeiros pilares da sociologia: Karl Marx, Max Weber e Pierre Bourdieu. Sua obra ultrapassa a fronteira da antropologia ao interpretar o Brasil em seus dilemas e ambigüidades. A partir da festa mais popular da cultura brasileira -- o carnaval --, DaMatta deixa de lado o Brasil 'oficial' e lança um novo olhar sobre o país, que põe em foco elementos geralmente deixados à margem dos estudos antropológicos. Apesar de ter dedicado 15 anos de estudo à etnologia indígena, a vontade de desvendar o que o carnaval diz sobre a sociedade brasileira norteou a obra de DaMatta. Foi o primeiro a trazer à luz do pensamento antropológico elementos constituintes de nossa cultura que não eram levados a sério na academia -- como a malandragem, fantasias de carnaval e música popular. "Roberto DaMatta muda a percepção da pertinência da antropologia na vida das pessoas e consegue atingir um público mais amplo", observa Everardo Rocha, ex-aluno de DaMatta e hoje professor do Departamento de Comunicação Social da PUC/Rio. Nascido em Niterói (RJ) a 29 de julho de 1936, Roberto DaMatta esteve durante praticamente toda a década de 1960 na Universidade de Harvard (EUA), onde concluiu mestrado e doutorado. Voltou ao Brasil em 1970, bastante crítico em relação ao marxismo crasso que havia aprendido e que, segundo ele, havia formado toda sua geração. "Resolvi fazer uma antropologia independente e paguei um preço por isso", conta DaMatta. O fato de não pertencer ao grupo de intelectuais de esquerda gerou antipatia e preconceito; chegaram a dizer que o antropólogo era um imitador de Gilberto Freyre. "Sou de outra época e tenho uma formação intelectual diferente", defende-se. "Tenho consciência para certos tipos de problemas metodológicos, epistemológicos e teóricos que resultaram em uma originalidade e sofisticação muito grandes em minha obra." Autor de 11 livros, dentre eles o clássico Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro, e de mais de uma centena de artigos científicos, atualmente ocupa a cátedra Reverendo Edmund P. Joyce de antropologia da Universidade de Notre Dame, em Indiana (EUA), onde leciona desde 1987. DaMatta vive entre os EUA e Niterói, onde passa sistematicamente alguns meses por ano. Foi em sua última passagem pelo país, em maio de 2002, que ele recebeu a reportagem da CH on-line. Roberto DaMatta foi naturalista, auxiliar, pesquisador e professor do Museu Nacional da UFRJ de 1962 a 1987, onde chefiou o Departamento de Antropologia e coordenou o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Foi professor visitante nas universidades norte-americanas de Winsconsin-Madison e Califórnia-Berkeley e da universidade inglesa de Cambridge. Proferiu conferências nos principais centros de pesquisa e ensino de antropologia social da América, Europa, Ásia e África. Recebeu o prêmio Casa Grande & Senzala do Instituto Joaquim Nabuco como a melhor interpretação do Brasil nos anos 1980 com o livro O que faz o brasil, Brasil?. Também recebeu a Ordem do Mérito Científico e a Ordem do Rio Branco no grau de Comendador. É membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências e da American Academy of Arts and Sciences.

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